quinta-feira, fevereiro 28, 2008

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A minha mesinha de cabeceira é simples. Tem os meus livros empilhados de forma desalinhada. Tem um porta-retratos vermelho vivo com a minha foto a preto e branco. Tem a minha caneta e o meu caderno preto que andam sempre comigo. Tem um palhaço de porcelana que os meus pais me trouxeram de uma qualquer viagem. Tem um mealheiro em forma de vaca que me foi oferecido no Natal e ao qual nunca dei uso. Eu disse que era simples a minha mesinha de cabeceira? Nunca gostei daquela foto a preto e branco... gosto mais dela a cores, mas nunca a consegui mudar. Tenho também o meu amuleto que me acompanha há mais de 15 anos...

Ela: "Aceitas o desafio?"
Ele: "..."

Special one

Ever since I saw you
I want to hold you
Like you were the one

It sees right through me
A bullet it comes and takes me
And I love you I love you
I want you but I fear you

Who are u?
Who are u?

Ever since I saw you
I want to hold you
Like you were the one

Your feet rest on my shoes
I sing this song for you
Just to see you smile

And I love you I love you
I love you but I fear you

Who are u?
Who are u?

For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?

For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?

And I love you I love you
I want you but I fear you

Who are u?
Who are you?

For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?

For how long
How strong do I still have to be?

David Fonseca
(Teatro Circo - Braga)

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Cenário de Atropelamento

Todos os dias há atropelamentos. Estes acontecem quando menos esperamos. Por vezes acontecem quando achamos que está tudo bem, que estamos felizes e que a pessoa que nos acompanha também está. De repende tudo muda. De repente tudo mudou. Já é tarde. Não nos apercebemos da situação e perdemos algo que tanto gostavamos. Onde falhei? Será que fui eu que falhei? Nem conseguimos perceber o que nos aconteceu. Atinge-nos exactamente como se de um autocarro se tratasse. Quando damos por isso já estamos atordoados com a colisão. Temos de deixar assentar a poeira. Os pensamentos surgem como flashs que teimam em não nos deixar descansar. Surgem-nos todos os porquês. Todas as dúvidas. Continuamos sem conseguir perceber. O que terá acontecido? Como é que não me apercebi? Tentamos entender o motivo quando este muitas vezes nem existe. Simplesmente acaba. Sem razão. Sem causa aparente. Acaba. Alguém é atropelado. Muitas vezes sem contar. E quando se apercebe já era.

Eu: "Então, está tudo bem contigo?"
Ele: "Mais ou menos... fui atropelado."