quarta-feira, agosto 09, 2006

Escrevo o teu nome no meu corpo para toda a gente ver, bem piroso e lamechas, como o amor deve ser… verdadeiro!

Por muito que isto dê muitas voltas, a vida dele nunca mais vai ser a mesma. Sinto-me tentada a dizer que até é capaz de correr mal. Neste dia novo estreio um coração novo. Independência, por exemplo, é algo que não vai voltar a ter tão cedo. Olho para o céu mas toda a gente foi de férias, apetece-me gritar até rebentar as artérias. É de louvar aos céus. Como pode alguém transformar-se (radicalmente) em tão pouco tempo. Não utilizo a expressão mudar. Quem me conhece sabe que uma das minhas ideias base é que as pessoas não mudam. Podem virar-se do avesso mas voltam sempre à origem. Ele há-de voltar. (Respiro fundo) E lembro-me da força. Vai dar bastantes cabeçadas, mas não quero que ele se preocupe. Nós vamos estar aqui para o apoiar. Já o estamos a apoiar. Sei que para já ele não sente isso. Está numa fase complicada. Não é todos os dias que recebemos o dom da paternidade. Procriamos mais um pouco porque eu adoro fedelhos. Deixem-me ser um pouco egoísta. Afinal com a família podemo-nos dar a esse luxo. Ser egoístas. Tenho mesmo a sensação de me terem roubado algo. E não foi algo insignificante, pelo contrário, foi demasiado importante. Gostas de filmes? Podíamos fazer um bem privado. Eu escrevo, realizo e actuo do teu lado. Algo de que todos (acho que posso falar por todos) sentimos falta. Necessidade que volte. Eu juro que suo sangue por ti. Encontraste numa nova forma de vida. Distante de nós mas perto de alguém de quem aprendeste a gostar em muito pouco tempo. Espero mesmo que sejas muito feliz e que tudo te corra do melhor modo. Envelheço ao teu lado, eu bem gordo tu bem magra, acabamos com o stock nacional de Viagra. Palavras engraçadas de proferir. Bem lá no fundo não consigo senti-las. Não são sinceras. Não quero que sejas feliz assim. Não desta maneira. Desculpa. Não consigo. Queria mais. Esperava mais de ti. Quero que sejas feliz, mas não assim. Já diz o ditado que “Deus escreve direito por linhas tortas”. Esperemos que sim. Quem sou eu (ou nós) para poder julgar. Só te queremos ver feliz porque não te sentimos feliz. Todo o riso transformado num olhar apagado.

terça-feira, agosto 01, 2006

Então baixinha como estás?

O ladrão de sonhos voltou. Achava que ele não ia voltar. É legítimo querer sonhar, mas ele não me deixa. Diz que tenho de ter os pés bem assentes no chão e que não posso esperar que as coisas me caiam do céu. Está sempre a sussurrar-me ao ouvido. Existem certas situações na vida em que temos de ponderar bastante para tomar decisões importantes. Mas o que é importante hoje pode não o ser amanhã. Tenho um amigo que costuma dizer “Dinheiro não interessa, o que interessa é ter ideias. O resto arranja-se”. Até parece fácil. Tão fácil como o sorriso que ele esboça sempre que enfrenta a vida. Aberto e sincero. Insiste em sussurrar. A vida como caixinha de surpresas que é, está sempre a aprontar. Um dia que se julgava perdido tornou-se num culminar de emoções e sensações que foram bem aproveitadas, vividas e revividas. Vamos estabelecer semelhanças com um aeroporto. Partidas. Sabes que vou estar sempre aqui. Não te livras de mim com tanta facilidade. Vou sentir falta da tua companhia, mas estamos para sempre ligadas. Até porque ainda nos devemos umas férias. Chegadas. O mesmo olhar. Aquele cheiro delicioso que só quem se conhece sente. O mesmo sorriso. O mesmo toque. O carinho que insiste e acredita em nós. Nós? (risos) A cumplicidade. A amizade. Apesar de tudo e por tudo.
E este sussurrar que não quer parar. Sim. O ladrão de sonhos voltou.