sábado, julho 29, 2006

Cortinas Cor de Laranja

A vista desta janela não se vai voltar a repetir. Foi a última noite. A última manhã. As cortinas cor de laranja vão ficar. A música que insiste em tocar em altos berros. A festa está instalada neste pequeno jardim. Estas cortinas cor de laranja. Elas sabem o que nós passamos dentro destas quatro paredes. Fantástico. Adoro esta amizade. Mais do que tudo neste momento. Estou sem dúvida muito inclinada para os meus amigos. Sinto falta deles apesar de estarem sempre do meu lado. A secretária que carregamos por estes longos três pisos... a sua dimensão e peso associam-se aos laços criados entre nós. Armários vazios. Estes sacos pretos espalhados pela casa. "Alugo dois quartos a meninas da faculdade". Carrinhos de choque. Farturas. Gelados de máquina. Marroquinos. A tipica festa. O placar está vazio. Mas as recordações ficam. E estão para durar. As árvores oscilam e o sol teima em surgir perante as pequenas nuvens que se avistam. Nunca imaginei gostar tanto da vista desta janela. E destas cortinas cor de laranja. Fica a recordação de duas amigas que hibernaram durante um longo dia. Um dia de inverno passado debaixo dos lençóis a comer e a ver televisão. Riamos tanto... adormeciamos. Tornavamos a acordar, a comer e a ver televisão. Inacreditável. Para sempre recordar.

quarta-feira, julho 26, 2006

Pedra Pomes

Ela: Não consigo acertar mais ao lado.
Eu: Ele todo romântico e tu cortas-te?
Ela: Não posso ouvir mais isto porque não queria que fosse ele a dizer.
Ela: Eu percebo. Se percebo.


Deveriam existir mais placas a dizer "CUIDADO COM O CÃO" (aquelas que vemos frequentemente nos portões). Isto sem dúvida era uma grande ideia. A esta situação a que podemos amavalmente chamar A Teoria do Cão made in Rata (não posso negar os direitos de autor da rapariga, nem quero ferir susceptibilidades) é digna de grande tese por parte da mesma. Ultimamente viu-se rodeada de certas e determinadas situações que lhe provocaram a chamada diarreia cerebral. Ela queria a todo custo que chamasse a este post "a minha amiga que tal como eu acerta sempre ao lado". Preferi declinar tal exigência. Não me leves a mal. Sabes que sou teimosa. O derivar da nossa entusiasmante conversa levou-me a recusar tal opinião. Definitivamente, apesar de apologista da tua teoria, não quero nem ouso ser tão radical. Dividiste a tua teoria em três fases (que não me atrevo a pronunciar, são demasiado chocantes), em três tipos de pessoas (confidencial), em três tipos de relações afectivas (idem). É sem dúvida deliciosa esta teoria.
Estou num dilema. Existem coisas que não posso dizer. Mas apetece-me. Apenas não as posso dizer porque não é bem. Não fica bem. Posto de outra forma, vamos lá dar a volta a questão. Já alguma vez pensaram nos três tipos de pessoas que existem nas nossas vidas? As que nos marcam de forma agressiva. As que suportamos e além de nunca conseguirmos perceber o porquê já desistimos de tentar. E as que dicididamente nos fazem ter um dia de cão.
Vamos apoiar-nos no terceiro tipo.
Segundo aqueles senhores de olhos em bico estamos no ano do cão. E acho que eles têm mesmo razão. Diz-se uma variedade de pedra muito porosa, que serve para polir ou limpar, resultante da solidificação rápida da lava. Tanta coisa que necessitava ser polida e bem limpa. Dar um certo brilho. Lustro. Só ficava bem. Tenham atenção. Muito cuidado com o cão. Quanto à conversa. Adorei. Obrigada. Acordei mesmo para a vida. Para isso servem os amigos.

À minha amiga que tal como eu acerta sempre ao lado

terça-feira, julho 11, 2006

Palavras Cruzadas no Destak

Aquelas fantásticas trocas de olhares. Expressões. Telefonemas onde dividimos e partilhamos conversas sobre carris. Sorrisos cúmplices são trocados devido a devaneios que se passam à nossa volta. Trabalho, lazer, cusquisses, desabafos, leituras, estudos, discussões, momentos, pequenas e grandes experiências. O cair do dia. Vozes altas e vozes baixas. Dormir. Viver. Descobrir. Respirar e esperar. Um último olhar. Ambos sabemos que não nos vamos ver mais. Um adeus. Até um dia. A vida vai continuar e podemos nunca mais partilhar aquele olhar. Aquele sorriso que faz perceber que ambos somos estranhos e ao mesmo tempo conhecidos. Ambos viajamos para um qualquer destino. Somos descobertos e descobrimos. Por escassos minutos ou até por uma hora. Estamos lá e partilhamos. Temos de partilhar. De conviver. Podemos não proferir uma palavra, mas trocamos pequenos gestos. Sorrisos. Quem sabe pensamentos do que nos rodeia. Conhecemos histórias e historietas. Fazemos parte uns dos outros e por vezes somos alheios a tudo isto. Afinal apenas se tratam de vidas cruzadas. Guimarães-Porto.

domingo, julho 09, 2006

Estágio

Até parecia mal de minha parte não fazer referência a um jantar muito especial que decorreu na passada sexta feira, dia 7 de Julho de 2006. Porque especial? Porque foi o culminar de muitos meses a trabalhar arduamente... sim, eu sei que as professorinhas concordam comigo. Mas não só... porque teve a proeza de juntar seis grandes talentos! Só fazia falta quem lá estava. Isabel e Silvia (será que devia dizer professora antes dos nomes próprios?), Francisco e Cristiano (inexplicáveis), eu e a Rolino (ligeiramente atrasadas... mas foi sem querer). Laje do Senhor do Padrão (espero não me ter enganado). Chic (este está certo de certeza).
Jantares como este podem vir muitos mais...

E... Cristiano, para a próxima despede-te das pessoas sim?

Portugal

obrigada

quinta-feira, julho 06, 2006

Que Chatice...

Não do meu agrado, e quem me conhece sabe bem, ouvi muitas vezes e as mais variadas pessoas a queixarem-se do excesso de informação sobre o Mundial de 2006. Já chega diziam eles. E finalmente chegou. Não foi lá muito bom para nós. Também não foi mau. Mas vamos ter aquele pensamento bonito (que sempre nos aconselharam a ter) e dizer todas as coisas bonitas que nos vierem à cabeça sobre a nossa Grandiosa Selecção.
Permitam-me dizer que aquelas peças (giria jornalística) realizadas pela SIC estão um pouco mórbidas. Parece que morreu alguém não acham? Musica lenta (fúnebre)... jogadores em campo... os nomes a surgir.... dá arrepios.
Vamos apoiar e dar apoio. (ups) Desculpem. Lamento imenso. Mas não consigo concordar. Sim são os nossos heróis. Sem dúvida que são o nosso orgulho. Mas estou um pouco reticente. É chato, digo mais, aborrecido nunca ganhar nada. Na hora h ficamos sempre para trás. Não me crucifiquem por querer mais. Muito mais. Ai e tal fomos roubados (não concordo). Ai e tal somos pequeninos (nunca ouviram dizer que o tamanho não importa). Desculpas e mais desculpas. Eu como benfiquista até que estou habituada... mas adiante, até porque não percebo nada de futebol.O que é demais é exagero. Até sábado.

segunda-feira, julho 03, 2006

Nosso Vizinho

"Alemania 2006
Inglaterra - Portugal

Héroe Ricardo El portero detiene tres penaltis y hace semifinalista a Portugal, que fue mejor que Inglaterra

Muy quieto y pegado a su línea de gol, Ricardo se metió en una burbuja de paz mientras el mundo explotaba a su alrededor. La tortura de la rueda de los penaltis había invadido a los lanzadores, a sus compañeros y a los aficionados, pero nunca a Ricardo, que permaneció impasible, ajeno a las caras desencajadas, las bocas secas, las muecas de dolor. Paró tres penaltis.


Cayetano Ros - Gelsenkirchen"
El País