sexta-feira, junho 30, 2006

Espelhos

Com esta minha nova faceta de estar constantemente enclausurada dentro de um shopping, dou comigo mesma a tornar-me ainda mais observadora. Entre horas, horas extra e mais uma sexta-feira de trabalho, vou almoçar aquelas enormes praças de alimentação onde todos almoçamos, lanchamos e jantamos como uma grande e reunida familia (em que cada um paga o seu óbvio). Naquele aglomerado gigante de pessoas deparo-me com uma determinada situação. Em uma esquina existe um pequeno restaurante (uma churrasqueira) que oferece pratos do dia
Prato + Sopa + Bebida = 4.90 (nunca fui boa a matemática mas se eles dizem)
e que por sinal tem um simpático balcão virado para a parede. Mas não é uma simples parede. É uma parede que reflete a pessoa que está na suposta pausa de descanso a tirar a barriga de miséria. Um espelho. Fiquei mesmo interessada no dito espelho. Nos dias que correm e na azáfama que é o dia a dia de cada um, o que será melhor. Reparar bem em nós próprios durante a hora sagrada? Ou ficar a olhar para uma parede a agonizar o resto do dia que ainda está para vir? As perguntas ficam no ar... Quanto a mim? Não obrigado. Prefiro ter a minha refeição no centro da praça. Afinal, nunca tive uma boa relação com aqueles vidros reflectores.

quarta-feira, junho 28, 2006

Sim o anterior é para ti...
Perieco-Mecotreco-Lecorreco-Seconeco-Italiota-ZéBolota-ZéMarmota-Zé-Cabeça-de-Angoreta. (dito por ele em 5 segundos)

Helenífico?? Só podia vir de ti.

Isto de toda a gente ter um blog tem muito que se lhe diga... Cada um escreve o que quer e o que bem lhe apetece. Conheço um caso de uma personagem que gosta de (leia-se adora) dar aso à própria imaginação, que por sinal, até é bastante fértil e escreve coisas do arco da velha. Perdi longos minutos (2 ou 3... não. Foram mesmo longos minutos) a devorar as letras que acompanham o raciocinio dele. Ele, muito interessado na minha Humilde opinião (humilde com letra maiúscula para ser mais relevante) pergunta-me o que achei. Muito bem dizia eu. E acho mesmo muito bem. Vou até incentiva-lo a escrever mais, porque são completamente deliciosas as frases que ele consegue construir com aquelas palavras. De génio diria eu. Entre textos e textos e mais textos, com os mais variados temas (entenda-se gays gays e mais gays) descobri lá algo extremanente arrasador (e eu que até estava a gostar). Como pode alguém atirar a culpa para D. Afonso Henriques? Fundador da monarquia portuguesa e um dos vultos mais notáveis da nossa história... O nosso Herói (mais uma vez maiúscula para dar ênfase). Não posso concordar...

"D. Afonso, vendo conquistada definitivamente a independência de Portugal, ambicionou aumentar o território, apertado em limites estreitíssimos. Cingido ao norte e a leste pelo reino de Leão, ao ocidente pelo oceano, Portugal só podia ampliar-se para o sul à custa de renhidas batalhas e porfiada luta. Começou então uma série de conquistas, qual delas mais valentemente disputada aos mouros."

Percebes agora o que eu queria dizer? Vá lá rende-te... O homem era topo naquela altura!! Best of The Best of The Best Sir! (ando a ver muitos filmes). Prometes que corriges. Não precisas alterar. Escreve apenas aquelas palavras que só tu sabes escrever a dar valor ao nosso Afonsinho. Já diz na muralha da mui nobre cidade "Aqui Nasceu Portugal"!
Quanto ao teu blog... continua. Inspira-te. São pessoas como tu que fazem brotar a inspiração em pessoas como eu. Gostei.

domingo, junho 25, 2006

Romance de Uma Noite de São João

A noite que era impossivel passar em branco. A grande jantarada (obrigada Ana por nos receberes), a companhia, a diversão, o companheirismo, a caminhada, as gargalhadas, os copos (este ano não foram muitos) e sem dúvida a companheira de cama!! Divinal! (risos) Tinha saudades! Mas estavamos apenas três... faltava uma quarta pessoa! E que falta ela nos fez... Mas esteve sempre dentro do acontecimento!! Sempre presente no meu pensamento. Não me esqueci de ti nem por um segundo. Entre Baile de Verão e Poeira tu estavas sempre lá! O aparelho telefónico ajudou. Quatro mulheres distintas. Por breves instantes posso excluir-me. Vocês são fantásticas. Cada personalidade diferente. Única. A noite acabou onde sempre acaba. Não varia. Muitas emoções foram vividas de modo diferente. Um passado. Um rompimento. Um novo amor. Pelo menos não vimos ninguém a dar cabeçadas no chão. Nem fomos expulsas. Lembram-se? Por favor! Aquilo foi agitado. Uma vez por ano, no mesmo destino, histórias novas se passam. Nem sempre boas. Nem sempre más. Apenas nossas. Recordações. Pessoas novas. Pessoas conhecidas. Um mundo não original numa praceta. Já me posso incluir. Gostava de ter ido tomar o pequeno almoço contigo.
Venha o próximo.

quarta-feira, junho 21, 2006

Bicho Papão

Não me interpretem mal, longe de mim querer ferir susceptibilidades. Mundos cor-de-rosa não existem nem nunca existiram. Adiante. Prisão. Por vezes sentimo-nos presos a algo… ou alguém. Chamam-lhe hábito, mas… não sei. A mim sempre me apeteceu chamar-lhe comodismo. Quem sabe ociosidade. Este foi durante algum tempo tema de bastante interesse para mim. Digno de tese dizia eu na altura. Uma espécie de cliché. Um gosta. O outro também gosta. O que é gostar? O que é que se sente quando se vive com alguém mais do que o tempo estritamente necessário. Passa a ser um hábito? Ociosidade? Diz quem sabe que o Homem é um animal de hábitos. Hábitos esses que por vezes levam à sua própria infelicidade. Outra questão. Porque queremos ser infelizes ou menos felizes por um hábito? Chamo-lhe ociosidade. Bem… agora sei por desisti desta tese… são mais perguntas do que respostas. Mas não devemos desistir. Cor-de-rosa ou não a vida está aí. Aprender com cada erro. Com cada cabeçada (perdoem-me a expressão mais uma vez).

segunda-feira, junho 19, 2006

Uma no Cravo Outra na Ferradura

Mais uma vez aconteceu. Já era suposto. A razão? Não sei. Nunca vou saber. Não me vais explicar. Porque é que me tenho de sentir culpada. Sentimo-nos culpados quando gostamos. Tudo gira a nossa volta. A culpa. O sentimento. Sentimo-nos “indisponíveis”, sentimo-nos vulneráveis, tudo é caos, tudo é trágico. Tu conheces-me. Isso assusta-me ainda mais. Porque te comportas assim se sabes que isso me magoa. Não importa. Não me vais explicar. És de poucas palavras. Certas. Concisas. Objectivas. Nunca proferes uma vírgula fora do contexto. Tudo pensado, tudo racional. A razão. Sim, é essa a palavra que te define, razão. Engraçado. Conheço-te como outra pessoa. Um outro alguém que vive dentro de ti. Uma segunda pessoa que, de alguma forma me fascinou. Que vive de modo intenso. Age sem pensar. Deixa as emoções a flor da pele. Podias voltar. Não. Desculpa. Não posso pedir isso. Sei que não posso. Não devo. Tudo foi divino. Perfeito. Não ouso voltar a repeti-lo. Não quero estragar o que de tão forte nos uniu. Gosto de pensar que foi por mim, que foi comigo que descobriste esse teu jeito fantástico de ser. Não me interpretes mal. Sei que és maravilhoso de todas as formas. Raios. Sinto mesmo a tua falta.

sábado, junho 10, 2006

Rei Leão

Fotos fotos fotos. Vidas em fotos. Vidas em uma foto. Eu. Tu. A familia. Os amigos. Os colegas. As festas. As noitadas. Os acontecimentos mais importantes. Ou não. O trabalho. O profissionalismo. A competência. A responsabilidade. Mais familias. Mais amigos. Outro emprego. Mais um emprego. As contas. Os aniversários.
Sim sim a roupa está quase pronta. Já vai.
Os amigos dos amigos. Os romances. Novas etapas. Um carro. A casa. As jantaradas. As prestações. A economia. O desenvolvimento. As traições. Os filhos. Mais responsabilidade. O perdão.
Fotos fotos e mais fotos...
Hoje também não sei de ti.
Aqueles acontecimentos.

sexta-feira, junho 09, 2006

Conde Margaride

Dez minutos? Tanto tempo? O que é que andas a fazer assim de tão importante? Uma Coca-Cola por favor. Não adoram vibrar com um bom anúncio publicitário? São tão giros!
Palmas. Palmas. Palmas.
Palmas para mim.
Palmas para ti.
Palmas para nós.
Se bem que aquele do
Blá Blá Blá?
Blá.
Está demais! Originalidade fantástica. Aliás apenas aquela à qual estamos habituados. Já chegavas não? Tanto tempo? Mas também…. O que é esperar dez minutos para alguém que já esperou mais de três anos.
Pois já não vale a pena vires… encontramo-nos em uma próxima altura.
Sim chorei. Tu também choraste! Porque ris de mim? Engraçado. Os teus olhos ainda brilham quando me olhas. Gosto.
Amanhã em tua casa e falamos melhor sobre o trabalho. As ideias não param de brotar. Bem. Muito bem.
Ainda não? Já me davas um toque não? Raio de geração de telemóveis. Risos.
Não, ainda não chegou. Estou só a comer qualquer coisa. Já vais? Ok. Diverte-te! Juízo. Foi num casamento que nos conhecemos. Lembras-te? “As bruxas atraem-se”. Risos.
Férias? Luxos? País em crise? Claro! Então não!
Toca. Toca. Toca. Vá lá.
Porque não tocas? Tens alguma coisa contra mim? Gosto tanto de ti querido. Vá lá. Não custa nada. É só tocar para um sorriso aparecer.
Não deves ter muitos amigos pois não?
Com esse feitio. Ok. Possessa.
Enganei-me.
Não são dez minutos.
:(

Uma não te chega.
Quem não te conhecer que te compre.