segunda-feira, setembro 18, 2006

A Minha Entrada Para o Céu

Cada um escolhe o seu destino. Há quem acredite que este está traçado a partir do dia em que abrimos os olhos pela primeira vez. Como há quem defenda a ideia de que destino é algo totalmente controlado por nós que apenas depende das decisões que tomamos e soluções (fáceis ou menos fáceis) que encontramos para a nossa vida. E depois existem pessoas como eu que não defendem rigorosamente nada sobre o assunto. Isso não me atormenta os pensamentos. Sou mais daquele tipo que está preocupada com a entrada para o céu. É no mínimo chato chegar lá em cima e não poder entrar. Pior. Ter de descer novamente. Por favor. Tudo bem que a descer todos os santos ajudam mas… eu quero mesmo entrar. O que estamos dispostos a fazer para lá entrar? Tudo. Até vender a alma ao diabo! Sim eu sei. É um pouco contraditório. Como se costuma dizer, para atingir objectivos não interessam os meios. Tudo vale e vale tudo.

“A tua chave está perdida, devias tentar encontrá-la. Aprendi a trazer a minha pendurada ao pescoço, onde às vezes também ponho o coração, que tem andado demasiado fora do peito para o que seria recomendável. Sou assim, gosto de acreditar que tudo é possível, que os meus sonhos, se forem bons para mim e o melhor para o mundo se podem realizar”. (MRP)

Porque todos estamos dispostos a qualquer coisa para ser felizes. Porque todos estamos dispostos a entrar no céu. Porque todos acreditamos que existe algures um cantinho, com alguém que nos vai acolher. Mesmo que digam que não, no mais intrínseco do ser sabem que sim. Basta um mínimo percalço e é a isso que se vão agarrar com toda a fé e convicção que até ao momento nem sonhavam poder existir. Não me compreendam mal. Céu é apenas uma definição (pessoal) de um certo mundo, que à partida é perfeito (para mim). O vosso pode ser a lua. O mar. A terra. As árvores. Trata-se apenas de um conceito.
Às muitas tardes de sol no Paço dos Duques. Aos dias e dias a sorrir na Citânia. Aos passeios no parque da cidade. Às muitas noites de conversa no balcão da mui nobre Despensa do Marquês. Aos filmes inacabados. E sobretudo ao armário verde, onde vou guardar uma vida de recordações em livros e fotografias. A ti. És sem dúvida a minha entrada para o céu…

Independentemente de acreditar ou não em destino.

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