segunda-feira, junho 19, 2006

Uma no Cravo Outra na Ferradura

Mais uma vez aconteceu. Já era suposto. A razão? Não sei. Nunca vou saber. Não me vais explicar. Porque é que me tenho de sentir culpada. Sentimo-nos culpados quando gostamos. Tudo gira a nossa volta. A culpa. O sentimento. Sentimo-nos “indisponíveis”, sentimo-nos vulneráveis, tudo é caos, tudo é trágico. Tu conheces-me. Isso assusta-me ainda mais. Porque te comportas assim se sabes que isso me magoa. Não importa. Não me vais explicar. És de poucas palavras. Certas. Concisas. Objectivas. Nunca proferes uma vírgula fora do contexto. Tudo pensado, tudo racional. A razão. Sim, é essa a palavra que te define, razão. Engraçado. Conheço-te como outra pessoa. Um outro alguém que vive dentro de ti. Uma segunda pessoa que, de alguma forma me fascinou. Que vive de modo intenso. Age sem pensar. Deixa as emoções a flor da pele. Podias voltar. Não. Desculpa. Não posso pedir isso. Sei que não posso. Não devo. Tudo foi divino. Perfeito. Não ouso voltar a repeti-lo. Não quero estragar o que de tão forte nos uniu. Gosto de pensar que foi por mim, que foi comigo que descobriste esse teu jeito fantástico de ser. Não me interpretes mal. Sei que és maravilhoso de todas as formas. Raios. Sinto mesmo a tua falta.

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